terça-feira, 20 de março de 2012

Quadrifin: Yellow

No último mês pude experimentar o modelo mais recente saído dos cavaletes da WaveGliders Surfboards, a Quadster, tamanho 5'8...
À primeira vista o que se destaca imediatamente nesta prancha é o seu outline, cuja forma sugere logo velocidade. De resto, estamos a falar de uma prancha que funde uma série de influências e conceitos sobre shape, onde o conceito de fundo das Displacements-Hull é dominante, mas com uma mistura de outros templates que vai desde um final de bottom em double concave, aos rails mais volumosos, ao sistema quadrifin.

Obviamente, não vou falar de pormenores, revelar segredos, nem sequer teorizar. Em primeiro lugar, porque não sei nem a teoria, nem tão pouco os segredos, em segundo, porque acredito que quase tudo o que flutua e tenha um nose trabalhado dá para surfar, e em terceiro, porque o tipo de shapes com que nos habituamos a surfar, as condições do mar e o "pézinho" para o surf, muitas vezes deixam cair por terra muitas teorias e o que é bom para um, passa a ser horrível para o outro. Portanto, o que vou aqui descrever foi a minha relação com esta prancha, ou seja o resultado do que eu sei surfar ou não, com as condições que encontrei.
Vamos então ao que interessa, e no geral o que interessa, foi bem interessante...
Na verdade, logo desde a primeira surfada no Baleal, cujas condições se apresentavam com 1m nos sets, maré a encher e vento de side-shore, deu para perceber que a prancha não só entrava bem nas ondas, como gerava velocidade com bastante facilidade. No entanto, comparativamente com algumas Hull que tive a oportunidade de experimentar nas mesmas condições, a Quadster revelou-se mais lenta.
Penso que para quem não está habituado ou estranhou ao experimentar surfar com uma Hull, a Quadster será uma prancha de uso muito mais fácil e, segundo me pareceu, uma opção muito mais polivalente em termos de condições de mar em que permite ser surfada. Contudo, o feeling está lá e para se ser bem sucedido convém não esquecer este facto.

Em condições um pouco maiores na Baía de Peniche, mas com o mar mais ordenado, a Quadster tornou-se um pouco mais presa, agarrando-se bem às paredes, mas sendo necessário aplicar alguma pressão para realizar o bottom ou ultrapassar secções mais rápidas. Todavia, sempre que a onda permitia e a Quadster entrasse na trajectória de linha correcta, ninguém a parava. Junta-se um pouco os pés surfa-se mais na dianteira e a Quadster corresponde deixando aplicar um trimming giro, típico das Displacement-Hull.

Por fim, entrei com a Quadster no Molhe-Leste para experimentá-la numa onda um pouco mais vertical.
Foi possível efectuar uma troca no set de fins, de uns Rich Pavel Speed Dialer, mais compridos e com menos base, para uns da LokBox criados para o modelo Black Knight 2 de Mike Hynson, mais curtos e com uma base maior.
Devo confessar, que esta foi a sessão que mais gozo me deu!
A mudança dos fins deu maior projecção à prancha, o que permitiu manobrá-la melhor. Devido às caracteristicas da onda do Molhe, mais cavada, a velocidade da prancha foi nestas condições um pouco superior a uma Hull tradicional, devido aos rails mais volumosos que estas. O trimming ganha amplitude e projecção, resultando em floaters rápidos.
No geral, a Quadster vai deixar-me saudades...é uma prancha extremamente fácil de surfar, mesmo para alguém que só esteja habituado a Longboards, e na minha opinião com o fundo que experimentei é a prancha perfeita para quem procura fluidez, alguma velocidade, polivalência e, sobretudo, um surf de linha... Ou para tudo o resto, porque nisto das teorias, no fundo, tudo dá para tudo, deste que se tenha nível.
Para terminar, acho que a Quadster é uma excelente base para algumas variações nos fundos e número de quilhas...mantendo o excelente outline.
Segundo parece e de acordo com a WaveGliders anunciam-se algumas surpresas...

André Falcão

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