Sozinho escrevo melhor,
Mas não...não te vás embora,
Falemos da poesia deste lugar,
Aqui sentados nestes navios de sedimentos,
Encalhados entre o misterioso mar nocturno,
E a escura falésia...
Lugar mágico este,
Minuciosamente iluminado,
Pela delicada luz das estrelas,
que parecem dar alguma dimensão,
a este espaço isolado, separado do resto dos sítios.
Mas, não...não te vás embora,
A música que a dança das ondas toca nas rochas,
Acariciando-as, puxando-as, batendo-lhes,
Gesticulando como quem brinca com um pai distante, mas protector,
Essa música do mar tocada nesses estáticos instrumentos de pedra,
Que a lua habilmente decora em tons de azul,
Essa música não a quero deixar de ouvir.
Mas...não te vás embora,
Em silêncio, falemos da poesia deste lugar...
Autoria: André Falcão, 2005
segunda-feira, 28 de julho de 2008
quinta-feira, 3 de julho de 2008
4 de Janeiro

Vim para a Ericeira,
O centro do temporal,
Está "monstrouso" o mar...!
Está "monstrouso" o mar...!
É uma fúria livre, sem limites,
Uma revolta sem lógica,
Nem qualquer tipo de contenção.
O caos, uma luta entre o mar e o vento.
O vento grita e empurra,
Sem nexo, leve, ágil e gozão, enfurece o sisudo mar,
O mar agarra, puxa e agita-se, rugindo desesperado,
A terra contem as explosões de fúria,
Destes dois loucos,
E o céu instável,
Ora ri, brilhando...
Ora chora, num pranto.
Mas tudo isto acontece numa harmonia,
Primitivamente perfeita,
Primitivamente perfeita,
Cheia de musicalidade e beleza.
Autoria: André Falcão, 2008
Sorrisos de Pedra
A propósito de uma ronda nocturna aos sem abrigo de Lisboa, com a Legião da Boa Vontade:
Sorrisos de pedra,
Florescem à frente dos feixes de luz que anunciam a nossa chegada,
Florescem do cheiro quente da sopa simples.
Sorrisos de pedra,
Resistem ao frio e à escuridão, a que a sopa não resiste.
São tanto e tão pouco ao mesmo tempo.
Nascem sem semente, crescem sem água.
Sorrisos de pedra,
Ignorados pela escura noite,
São a unica moeda, a mais valiosa,
que descansa na tigela gasta.
Que histórias, medos, que gritos escondem?
São a unica janela da muralha,
que a riqueza não transpõe, mas que a palavra derruba.
São a resposta complexa, a um gesto simples,
A única, quando a vida bloqueia mente,
E as histórias entopem a garganta.
Sorrisos de pedra,
São tanto e tão pouco ao mesmo tempo,
Estrelas cadentes, na escura noite,
Que se apagam à nossa partida...
Autoria:André Falcão, 2007
Sorrisos de pedra,
Florescem à frente dos feixes de luz que anunciam a nossa chegada,
Florescem do cheiro quente da sopa simples.
Sorrisos de pedra,
Resistem ao frio e à escuridão, a que a sopa não resiste.
São tanto e tão pouco ao mesmo tempo.
Nascem sem semente, crescem sem água.
Sorrisos de pedra,
Ignorados pela escura noite,
São a unica moeda, a mais valiosa,
que descansa na tigela gasta.
Que histórias, medos, que gritos escondem?
São a unica janela da muralha,
que a riqueza não transpõe, mas que a palavra derruba.
São a resposta complexa, a um gesto simples,
A única, quando a vida bloqueia mente,
E as histórias entopem a garganta.
Sorrisos de pedra,
São tanto e tão pouco ao mesmo tempo,
Estrelas cadentes, na escura noite,
Que se apagam à nossa partida...
Autoria:André Falcão, 2007
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